sábado, 16 de maio de 2015

FAISÃO

Escriba Valdemir Mota de Menezes
Os faisões dão um show com suas plumagens multicoloridas e formas elegantes ou exóticas.
Fonte: Pet Brazil 


OS EXUBERANTES FAISÕES
 
Verdadeiras maravilhas da natureza, os faisões encantam com a beleza de suas cores e aparência.
Os faisões dão um show com suas plumagens multicoloridas e formas elegantes ou exóticas. Há 40 espécies com dezenas de subespécies obtidas através de mutações, cada uma com seus atrativos.
Originários da Ásia, os faisões foram introduzidos na Europa na Idade Média. Acabaram por se adaptar a climas e ambientes diversos e adquiriram assim grande rusticidade. Além de usados para o esporte tradicional da caça, sua carne nobre era apreciada em mesas sofisticadas. As penas coloridas decoravam adornos, entre eles os chapéus. Sua beleza os tornava um atração em jardins requintados.
A beleza é um privilégio dos machos entre muitas espécies de aves. Os faisões não deixam por menos. Bonitos o ano todo, ficam ainda mais lindos na época do namoro. De setembro a fevereiro suas cores se intensificam. Fazem verdadeiras exibições às fêmeas no jogo da conquista. Abrem suas asas e imensas caudas, inflam o peito e até as barbelas. Um ritual que vale ser assistido.
Já as fêmeas são discretas. Suas cores geralmente se confundem com as do solo, onde fazem o ninho. Tal camuflagem natural dificulta sua visualização pelos predadores enquanto chocam os ovos.
PARA APRECIAR
Um dos grandes prazeres na criação de faisões é apreciar a sua beleza. Não são aves de estimação para serem afagadas. Apesar de conviverem com o homem há cerca de mil anos, preservam o instinto selvagem. Quando se diz que um faisão é manso, significa apenas que não foge à nossa aproximação, como faz o arisco. O manso nos permite chegar perto, mas não demais. Se ultrapassarmos seu limite, foge (exceto filhotes de até 60 dias). Porém, mesmo o mais arisco deles não agride o homem com seus fortes bicos e esporões. Sai correndo ou alça vôo. Se mesmo assim o apanharmos, pode apresentar comportamentos curiosos quando tentarmos segurá-lo. "O Palawan solta as penas em nossas mãos para se libertar e o Mikado finge de morto, ficando totalmente inerte", conta a criadora Cristiane Feierabend, da Fazenda Visconde, Ribeirão Preto - SP, especializada na espécie há dez anos.
SOLTO OU PRESO
O faisão faz parte da numerosa família Phasianidae, a mesma dos Perus, Pavões e Galinhas. Dependendo da espécie, o preço pode ser acessível, 40 reais, ou até bem salgado, 8 mil.
Sua criação pode ser em viveiro ou solta no jardim. Todas as espécies se dão bem no nosso clima, do norte ao sul do país. Resistente, não requer grandes cuidados. É preciso apenas que a comida fique em local coberto, abrigada da chuva; além do corte das penas de uma das asas e um muro de cerca de um metro e meio para ele não fugir pulando. Cristiane diz não serem necessárias a vacinação e vermifugação, pois vermes e viroses raramente aparecem nos faisões. A expectativa de vida é de 12 a 13 anos.
Alimentação de boa qualidade é essencial. Na natureza, o faisão alimenta-se de frutas, raízes, insetos, folhagens e verduras. Na criação pode comer diariamente ração industrializada para galinhas. Quanto mais rica em proteínas, melhor. No período da procriação, de setembro a fevereiro, substitui-se esta ração por outra especial para postura, mais rica em proteínas e cálcio para favorecer a virilidade no macho e o desenvolvimento dos embriões e resistência das cascas dos ovos. Filhotes com até 80 dias de idade recebem ração para pintinhos. Daí até a primeira pré-postura, em agosto, o ideal é passar para ração de crescimento. " O tom vermelho de plumagem de certas espécies pode ser acentuado com pedacinhos de mamão e abóbora, servidos diariamente", aconselha Cristiane. Pode-se complementar a ração diariamente com frutas picadas e maços de verdura sem tratamento químico, como de alfafa Lucerne, amarrados e pendurados, o que serve também para distrair as aves.
O viveiro deve proporcionar espaço suficiente ao faisão para que não fique estressado e sujeito a doenças. Para cada espécie, o espaço mínimo recomendado varia (veja fichas). Em uma área de 5 x 10 metros é possível ter 7 machos e 28 fêmeas. Constrói-se o viveiro de forma a pegar o sol da manhã, em local que não favoreça correntes de ar, causadoras de doenças respiratórias. A parede do fundo é toda em alvenaria, completamente fechada. As laterais e a frente são teladas em sua maior parte, com apenas 30 centímetros de muro na base. A tela de polietileno é a mais recomendada, por ser mais flexível que a de arame e quebrar menos as penas por atrito (tela nº 14 ou 18 com malha de 2 centímetros de espaçamento). A maior parte do teto ( ¾ da área) é coberta com telhas de barro e a parte restante com tela. Sob a área coberta com tela, o chão pode ser gramado ou com alguma árvore frutífera (acerola, pitanga, etc), fonte extra de vitaminas e distração. O restante do piso é acimentado (pode sê-lo totalmente) com uma ligeira inclinação para a frente do viveiro, para facilitar o escoamento e limpeza. Cobre-se o piso com cerca de 5 centímetros de areia lavada de rio, para evitar que as penas esfreguem no cimento - mais prejudicial que a areia. A cada seis meses deve-se esterilizar a areia e as paredes do viveiro. Mistura-se a areia com 1/3 de cal ou cândida pura e passa-se cal ou cândida nas paredes. O serviço é feito retirando-se os faisões para evitar estresse. Eles podem retornar ao viveiro assim que o serviço estiver terminado.
O poleiro ideal é o feito com um galho. A espessura levemente irregular ajuda a manter todos os músculos dos pés em atividade. Por ser de madeira mantém uma temperatura adequada mesmo nos dias frios, o que não ocorre com o metal, por exemplo. O diâmetro certo do poleiro é aquele em que o pé da ave agarra bem e sem entrelaçar os dedos. Nunca coloque um poleiro sobre outro para o de baixo não ficar sujo quando a ave defeca. Para não estragar a cauda dos faisões deixe-o mais baixo, no mínimo, a 40 centímetros do chão. A distância ideal entre os poleiros é de 30 centímetros, adequada para o faisão saltar tranqüilamente. Os poleiros, o comedouro e o bebedouro devem ficar na área coberta pelas telhas.
No Brasil não é necessário aquecer artificialmente os viveiros para as aves adultas, como acontece na Europa com espécies semitropicais.
FÊMEA NÃO CHOCA
Para a reprodução recomenda-se que o viveiro tenha um espaço nos fundos que proporcione sensação de privacidade à mãe. O retangular é mais propício. O viveiro pode ter até quatro fêmeas por macho, dependendo da espécie (consulte um criador). Deixe-o sem poleiros para evitar que as faisoas botem ovos e estes se quebram ao cair. Em um canto, no chão, deixe uma galhada seca para proteger a fêmea menos disposta a acasalar se o macho se mostrar excessivamente afoito.
A faisoa não choca em viveiro (as que ficam soltas normalmente chocam). É preciso recolher os ovos diariamente e guardá-los em local fresco, no máximo por 7 dias, com a ponta para baixo, virando-os diariamente. Quando se têm cinco, podem ser postos para chocar. Uma opção é fazer um ninho de caixa de madeira ou cesta, forrado com palha, usando uma galinha Garnizé choca. Outra forma é utilizar uma chocadeira elétrica e manter os ovos aquecidos eletricamente ou a gás até cerca dos 24 dias de vida (o tempo pode variar conforme a espécie - consulte um criador). Não use lâmpada pois extressa por não deixar dormir e poder queimar a retina dos olhos. As temperaturas ideais são: 35ºC na primeira semana, 31ºC na segunda e 26ºC na terceira. Para saber se o aquecimento é adequado, observe os filhotes. Devem ficar espalhados pela chocadeira. Se estão amontoados ou próximos ao aquecedor é sinal de que a temperatura precisa ser aumentada. No caso de usar a galinha para chocar, é preferível que continue criando os filhotes até emplumarem as costas. Devem ficar em local seco, de onde não escapem, para não tomarem chuva ou vento (adoecem com a umidade e correntes de ar). Com cerca de 15 a 20 dias já podem ser separados. O faisão filhote não tem a mesma resistência do adulto. Por isso, o local onde ficam os filhotes deve ser desinfetado semanalmente (piso, parede e acessórios) com cândida pura.
Os melhores momentos para comprar um faisão são o primeiro dia ou quando adulto, a partir dos 7 meses A vantagem da primeira opção é o preço. Se um faisão de um dia custa R$ 2,00, na segunda opção custará cerca de R$ 40,00. O transporte de um filhote nas primeiras 24 horas de vida é prático por não ser preciso alimentá-lo, já que nasce com uma reserva de nutrientes. A segunda opção é a mais garantida: o Faisão estará fisicamente definido, com maior resistência. Prefira machos e fêmeas que não sejam parentes para evitar consangüinidade, causa de problemas como baixa fertilidade dos ovos, redução da atividade sexual ou doenças nos descendentes.
PARA SABER MAIS
Livros: Pheasants of the World, Keith Howman, Hancock House Publishers ltda, 1431 Harrison Avenue, Blaine, WA U. S. A . 98231, tel. (001206) 354-6953, fax (00160) 538-2262.
Criador: Fazenda Visconde Comércio de Aves Ltda, av. Caramuru, 341, Ribeirão Preto—SP, telefax. (016) 625-4319.
Entidade: World Pheasant Association, P. O . Box 5, Lower Basildon, Nr Reading, Berks, England RG8 9PF tel.: (0044734) 84-5140
Agradecemos à consultoria de Cristiane Feierabend inclusive pela revisão técnica deste texto e conteúdo das fichas de cada espécie.
Reportagem e redação: Carmen Olivieri. Edição de texto: Marcos Pennacchi
Foto: Fernando Torres de Andrade
Prop.: Fazenda Visconde/Ribeirão Preto/SP 
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