Ruy Barbosa, de Itaguaí, Rio de Janeiro, pede informações sobre criação de codornas. Um folheto do Sebrae, que custa R$ 10,00, pode ajudar o senhor. Anote o endereço:
Sebrae
Av. Rubens de Mendonça, 3999
Cuiabá - Mato Grosso
Cep 78050-904
Cuidado com as aves
23.10.2005
Qual a melhor forma de aquecer as codornas em seus primeiros dias de vida? Gás ou lâmpada. A dúvida é da dona Maria do Socorro Lima, de Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. Dona Maria do Socorro, a repórter Camila Marconato foi atrás da resposta.
“Lâmpada ou gás. Tanto faz. Desde que sejam fornecidas calorias na quantidade suficiente para elas. A codorna tem uma característica, nos primeiros dez dias, de não conseguir produzir o seu calor próprio, chamado prolifilotérmico, Então, nessa fase, deixamos o ambiente em torno de 37 a 38 graus e conforme ela vai crescendo, vamos diminuindo a temperatura gradativamente até 25 a 26 graus até que ela atinge seus 30 dias de idade. Na nossa granja, usamos o aquecimento a gás de devido ao custo benefício ser melhor, ou seja, é mais barato. Porém, podemos levar em consideração alguns cuidados para que o bico não se apague, por exemplo, para que não haja falta de gás à noite e também quanto a ventilação porque se não houver ventilação suficiente, pode sufocar as codorninhas”, explica Décio Suzuki, criador.
Dona Maria, um jeito fácil de saber se a temperatura está certa é observar as codorninhas. Se elas estiverem todas juntas, é porque o ambiente está frio§ se estiverem muito espalhadas, está quente demais.
Ofício: sexador de aves
11.05.2005
O Globo Rural conta os segredos do sexador de aves de um dia, uma profissão pouco comum. As duas mulheres da reportagem trabalham em uma granja na região do alto Tietê, em São Paulo.
Atenção no olhar e precisão no tato. Os sentidos aguçados são essenciais na profissão de Marina Kobayashi.
“Eu sou sexadora de aves de um dia, que separa o sexo das aves” – esclareceu Marina.
Bastam dois segundos de observação a olho nu e machos vão para um lado e fêmeas para o outro. A resposta vem do toque na cloaca da codorna. A rapidez não compromete a avaliação das profissionais. A margem de erro é de 2%.
“As principias diferenças são na coloração. O macho é mais avermelhado e a fêmea é mais escura. O macho é mais saliente” – explicou Marina.
Marina aprendeu a profissão na prática. Já são 25 anos de experiência. “Eu comecei trabalhando como funcionária de uma granja e era ajudante dos sexadores” – contou Marina.
A habilidade de Marina é premiada. Ela ganhou sete vezes o concurso da Associação Brasileira de Sexadores de Aves de Um Dia, sendo três consecutivas. O conhecimento que tem Marina divide com Rita Satie Kinukawa, também sexadora da granja em Mogi das Cruzes.
“No começo a gente tem muita dificuldade. Não consegue pegar na codorninha, que é muito pequena” – falou Rita.
Na granja nascem 80 mil aves por mês. Os pintinhos e as codornas abastecem os granjeiros da região do alto Tietê, Rio de Janeiro e cidades do Nordeste. O interesse maior do avicultor está na fêmea. Por isso, a dona de granja Márcia Momose sabe que o trabalho das sexadoras é importante.
“Os criadores preferem as fêmeas para botar ovos, para comercializar os ovos. O pessoal usa os machos para engorda também, mas em menor escala” – explicou Márcia.
De acordo com a Associação dos Sexadores de Aves de Um Dia, apenas 71 pessoas exercem essa profissão no Brasil.
Qual é a diferença?
14.11.2004
Como distinguir a codorna macho da codorna fêmea? Quem pergunta é a dona Elza Rodrigues, de Nova Odessa, São Paulo.
fomos até uma granja para tirar essa e outras dúvidas com um criador experiente. A granja, que fica em Itaquera, zona leste de São Paulo, produz mais de 20 mil ovos por dia. O responsável pela criação é o engenheiro Décio Suzuki, que separou para a gente codorna com sexos diferentes.
Não é fácil saber quem é o macho e quem é a fêmea.
"Aparentemente são semelhantes, mas o macho tem a parte peitoral avermelhada ou alaranjada e não apresenta pintinhas pretas. A fêmea normalmente tem a parte peitoral mais branca e apresenta as pintinhas pretas", diz o engenheiro.
Outra coisa é que a Elza diz na sua carta que quer a produção de codornas para produção de ovos. O que fazer para que as codornas não parem de botar. "São 4 etapas: a primeira será a aquisição de codornas de boa qualidade genética. Saber o antecedente de postura. Também é preciso ficar atento com a formação do plantel”, diz.
“Nos primeiros 30 dias dos filhotes não se pode descuidar da água, luz e temperatura. O terceiro item será a acomodação das gaiolas. O tamanho padrão é de 1 metros por 40 centímetros e a densidade é de 90 a 100 codornas por metro quadrado. É bom evitar a super população porque isso gera brigas. O quarto item é a ração, que tem que ser de boa qualidade, com bom teor de proteína, principalmente de cálcio. Tem uma ração especial para postura. Recomenda-se que ela seja dada três vezes ao dia, o que evita o desperdício da ração", diz ele.
04.05.2004
Avicultores de Bastos, em São Paulo, um dos municípios que mais produzem ovos de galinha do país, começam agora a investir na criação de codorna.
A capital nacional do ovo de galinha quer investir num setor da agricultura pouco explorado na região: a produção de ovos de codorna.
Bastos possui cerca de dois milhões de aves. Por dia são produzidos em média 1,7 milhão, mas os avicultores querem aumentar este número.
Com a ajuda do Sindicato Rural formaram um núcleo de estudos. Pesquisam estratégias para melhorar o manejo.
“Já temos estruturas montadas em Bastos que são fábricas de ração, cooperativas, comércio de ovos, então, temos um mercado muito grande ainda a ser explorado com relação aos ovos de codorna. Melhorando o manejo, com certeza conseguiremos uma produção melhor. Estamos estimando em torno de 20% a 30% na melhoria”, diz Sérgio Kakimoto, criador.
Na granja de Sérgio, 40 mil codornas têm uma produção de 31 mil unidades por dia. As caixas são vendidas aos mesmos compradores de ovos de galinha.
A atividade têm despertado tanto interesse nos avicultores que, numa granja, em quatro galpões onde antes ficavam as galinhas, hoje abrigam 28 mil codornas.
Três funcionários foram contratados para cuidar das aves e selecionar os ovos.
Como a produção das aves diminui depois de um ano de idade, elas vão para o abate fora do município
Calma e fartura
26.09.2004
Ovo de codorna com casca mole: esse é o problema que seu Hamilton Rocha, de Carmo do Paranaíba (MG) vem enfrentando na criação. Ele quer saber por que isso ocorre e o que precisa fazer para que suas codornas botem ovos normais.
O mesmo problema foi encontrado numa granja em São Paulo. Na zona leste da cidade, no bairro de Itaquera, há uma granja que produz mais de 20 mil ovos por dia. A criação é conduzida com uma boa técnica, mas, mesmo assim, aparecem ovos sem casca.
Décio Suzuki, responsável pela granja, explica por que acontece isso. “A formação desse ovos sem casca pode ser devido a dois fatores: o psicológico e o nutricional. Podem ser fatores psicológicos porque as codornas são animais bem sensíveis. Qualquer barulho ou ruído estranho pode dar um susto nas codornas e elas podem botar o ovo antes do tempo”, diz Suzuki.
A formação do ovo demora cerca de 20 horas até que a codorna bote. O ovo mole não leva todo esse tempo. “Essa fase é geralmente a da 17ª hora, ou seja, três horas antes da formação do ovo”, afirma Suzuki.
Na fase final, ocorre a calcificação, quando a casca endurece. “Existem os fatores nutricionais. A ração de boa qualidade deve ter em torno de 0,7% de cálcio. Também deve ser dada uma quantidade suficiente, para que elas possam se alimentar bem”, explica Suzuki
Se o ambiente calmo e a ração adequada não resolverem, a causa do problema pode ser uma infecção. Neste caso, o criador deve chamar um veterinário.
O seu Ítalo Bartilotti de Salvador (BA) quer produzir codornas em escala comercial e pede mais informações sobre a criação. A Universidade Federal de Lavras tem um livreto, que R$ 2,00. O endereço para adquirir o folheto é:
UFLA
Caixa Postal 37
Lavras – MG
Cep. 37200-000
Separando as codornas
07.12.2003
Seu José Eurípedes, de Franca, São Paulo, está começando a criar codornas e pergunta como separar o macho da fêmea.
A repórter Priscila Brandão encontrou a resposta em uma granja localizada na zona leste da cidade de São Paulo.
No caso das codornas, distinguir macho e fêmea não é uma tarefa fácil. Tanto que em uma granja de São Paulo especialistas vêm uma vez por semana para separar as codorninhas de um dia.
O Décio Suzuki, que é o criador das codornas, ele vai tirar as dúvidas do senhor.
"É difícil porque as codornas quando nascem são da mesma cor. não tem uma características que possa diferenciar visualmente o que é macho ou fêmea. A única forma é pela cloaca. Fazendo a separação no primeiro dia você evita de criar os machos que não têm valor comercial evitando a perda de ração, tempo ou manejo destes machos", explica ele.
A Marina é uma das especialistas que vão uma vez por semana na granja do Décio. Ela faz isso muito rapidamente tanto que ela tem um recorde.
Ela consegue separar em uma hora, 2,2 mil codornas. "Primeiro eu tiro as fezes, depois eu olho esta parte da cloaca. A diferença é mínima", diz ela.
Quem não tem condições de fazer a diferenciação na codorna de um dia, pode esperar a fase adulta que chega ao redor dos 25 dias. "Atingindo esta fase os machos vão apresentar uma cor bem característica e as fêmeas também.
No caso das fêmeas, ela apresenta a parte peitoral branca com pintas pretas. No caso do macho esta parte é alaranjada, a buchecha também e não tem as pintinhas pretas", diz ele.
Cuidado com a superpopulação
15.09.2002
Codornas com os pés inchados e inflamados. Esse é o problema da criação do seu Daurílio Valente, de Barra Mansa, Rio de Janeiro. Ele conta que muitas aves estão com essa doença e várias já morreram. O Globo Rural consultou um especialista em Minas Gerais.
A infeção que o senhor descreve na carta é até comum em codorna, mas pode ser evitada. Quem fala conosco é o doutor Benedito de Oliveira, que é veterinário e professor da Universidade Federal de Lavras.
Doutor, porque aparece essa infecção?
“§A doença é comum em granjas onde existem condições favoráveis para o desenvolvimento do agente que causa essa doença, um pus, uma bactéria do gênero Staphilococus”§, responde Benedito.
A infecção, segundo ele, acontece porque “§as bactérias do gênero Staphilococus estão no meio ambiente da criação de qualquer animal. No caso da codorna, está inclusive na pele da codorna. Quando há uma quebra de resistência por uma doença ou por um controle de manejo, aí a bactéria aproveita e se instala.”§
“§Nesse caso específico, o mais comum é que houve traumatismo. Há problemas na construção da gaiola, há pontas de arames mal cortadas. Enfim, há algum fator na gaiola que favoreceu o traumatismo. Ou senão o próprio manejo –§ um ambiente desconfortável, muito quente, a falta de água e de ração, e principalmente a superpopulação”§, esclarece o professor.
Quantas codornas deve ter para ser correto dentro de uma gaiola?
“§Na gaiola comum, usamos 11 codornas. O que é bom para a codorna e é também econômico", finaliza Benedito.
Seu Daurílio, cada gaiola dessas mede 32 por 37 centímetros. Atenção: não vale a pena o senhor tratar a codorna doente. Ela deve ser descartada.
Parceria que deu certo
06.10.2003
Um criador de aves de Porto Feliz, em São Paulo, investe numa parceria com assentados da região para aumentar a produção. Ele fornece os pintinhos e a ração e conta com as instalações e a mão-de-obra dos assentados para a engorda.
A linhagem das galinhas criadas numa granja em Porto Feliz é de origem francesa. Um trabalho que começou a mais de 10 anos quando Cláudio Rodrigues importou as primeiras matrizes.
Cláudio resolveu ampliar a produção, mas sem dinheiro para construir novos galpões ele decidiu dividir o trabalho e os parceiros ideais ele encontrou num assentamento de agricultores em Porto Feliz.
O sistema de trabalho é o de integração. O agricultor entra com os pintinhos de galinhas poedeiras e de angola, frangos de corte, filhotes de codorna e a ração.
As sete famílias integradas entraram com a mão-de-obra e os barracões, sete no total. Construções feitas para um projeto de produção de ovos e frango do assentamento que não deu certo e estavam abandonados há seis anos.
Os agricultores ganham em média R$0,60 por cabeça de frango ou galinha tratada com as codornas o ganho é menor R$0,15.
Por enquanto, os lucros são aplicados apenas na melhoria das instalações. Em apenas uma hora o trabalho diário é feito. Toda a família participa. Maria das Dores trata das galinhas de angola.
“Tem que ter cuidado com a ração, água, ver se não está faltando nada, se não tem nenhuma ave com problemas. Não é muito difícil”, diz Maria.
Em 60 dias os galpões vão estar com capacidade máxima. Os integrados vão tratar por mês de 7.200 aves e já fazem as contas de quanto isso vai render.
“Calculamos mais ou menos uns R$600,00 por família e vai sobrar uma renda”, diz Osvaldo da Silva, assentado.
“Para mim está bom demais e, para eles, parece que também estão contentes, então, está dando certo”, diz Cláudio Rodrigues.
A parceria começou há três meses.
Ágil e dinâmica
14.04.2002
Agora você vai conhecer uma granja em Minas Gerais que cria trezentas mil codornas. Quem nos convidou pra conhecer a granja foi a Milena de Almeida, neta de um dos donos da empresa.
Ela mandou esta mensagem pela Internet, contando que assiste ao Globo Rural desde criança. E que isso teve uma influência decisiva na escolha de sua profissão. A repórter Ana Dalla Pria foi até lá. E a própria Milena ajuda a gente a contar essa história.
Oi pessoal do Globo Rural. Gostaria de compartilhar com vocês um pedacinho da minha história. Nasci em Nepomuceno, uma pequena cidade no sul de Minas e fui criada na zona rural com minha família de agricultores.
No ano em que minha mãe estava grávida de mim, o Globo Rural fez uma matéria de mudas de pena de galinha no meu sítio. Muito tempo depois, quando eu tinha doze anos, o Globo Rural voltou para fazer uma matéria sobre silo de capim napiê.
Na verdade, o Globo Rural já esteve na propriedade quatro vezes. Quem se lembra bem é o seu Zé Augusto, avô da Milena. “§A primeira vez foi mais ou menos na década de oitenta, quando fui agraciado com um prêmio do Ministério da Agricultura por produtividade por área. Depois, fizemos uma reportagem sobre a produtividade de um capim que é uma espécie de capim elefante. Outra foi sobre a muda de pena de galinha. E, por fim, a última foi sobre o silo de capim”§, revela José Augusto de Almeida, agricultor.
Nesta época, eu sonhava fazer veterinária e continuar o trabalho dos meus pais no campo. Mas não foi bem isso que aconteceu. Depois de conhecer a equipe e, assistir a matéria alguns dias depois, decidi que faria Jornalismo.
“§Eu quase jornalista, já, mas quero trabalhar com agropecuária”§, diz Milena de Almeida, estudante. Eu resolvi escrever para o Globo Rural porque a granja da qual o meu avô é sócio realmente muito bacana, super interessante, automatizada, moderna e que eu gostaria de ver numa matéria do Globo Rural.
A gente aceitou a sugestão da Milena. Vamos conhecer a granja, que fica bem perto da cidade. A primeira coisa que impressiona é a escala. De pinto a codorna velha, são 320 mil aves. Em postura, são 270 mil. Seu José Augusto lida com galinha poedeira desde a juventude. É sócio de um grande aviário. A idéia de criar codorna também é antiga.
“§Em torno de 25 anos atrás, eu comecei uma criação de 1.500 a 2.000 codorninhas. Só pra ovo. Só que a história pareceu dizendo que o ovo de codorna é afrodisíaco. E era interessante, porque um indivíduo da minha faixa etária não tinha coragem de comprar ovo de codorna porque era criticado. E o povo também chegou à conclusão de que o ovo de codorna não era nada daquilo.
Então deu uma parada na criação. Agora, de 10 a 12 anos atrás, voltou a criação, mas com outro intuito. Como um bom alimento. Como já temos uma boa produção de ovo de galinha em escala alta e temos uma comercialização boa, resolvemos tentar introduzir o ovo na nossa comercialização. E deu certo”§, comemora Seu José Augusto.
Ao longo de 6 anos, a granja vem investindo muito em tecnologia para melhorar a qualidade e reduzir custos. O trabalho começa com a genética das aves. Aqui, só se cria codorna da raça japonesa, uma ave de pequena. Pesa, no máximo, 160 gramas. Por isso, ocupa pouco espaço e consome menos ração se comparada a outras raças.
Ela é precoce, inicia a postura por volta dos 40 dias de idade. Também é bastante produtiva. Um lote de cem aves rende 95 ovos por dia. E mais: é um bicho resistente. Tem pouco problema com doença. Comercialmente, as codornas ficam em postura por um ano. Depois são descartadas.
Os pintinhos de um dia são comprados de outra granja. Todo mês, chega um novo lote de 25 mil codorninhas que são alojadas no pinteiro. Aproveitamos também para conhecer a granja onde os pintinhos nasceram, em Suzano (SP).
A granja Fujikura é especializada na produção de pintinhos de codorna. A criação de aves é uma tradição na família do William, responsável pela propriedade. “§Antigamente, nós mexíamos com galinha, marreco e pato. Essa experiência veio com o meu pai, do Japão, onde meus avós também mexiam com galinha”§, revela William Fujikura, criador.
Como cria matrizes, a granja segue um rígido controle sanitário. A gente não pode entrar nos galpões onde estão as poedeiras. Só vamos dar uma espiadinha pela porta. São 50 mil matrizes. A produção de pintos varia de 150 a 250 mil fêmeas por mês, de acordo com os pedidos.
Coletados nos galpões, os ovos vão para chocadeiras como essa. Em 17 dias começam a nascer. A codorninha recém nascida é bem pequena. Pesa entre 7 e 8 gramas. Em cada lote, nascem 50% de machos e 50% de fêmeas. Só uma pequena quantidade de machos é vendida para criações de engorda. A maioria é descartada.
Uma das grandes vantagens da codorna japonesa aparece na hora de se fazer a sexagem, que é feita pela cor. As mais claras são as fêmeas. Mas essa não é uma característica natural, foi um trabalho de seleção genética feita pelo pessoal da granja. “§Essa técnica foi desenvolvida pelos meus pais, que estudaram vários anos nesse sentido para aprimorar e conseguir chegar onde chegou”§, aponta Fujikura.
Da sexagem, as codorninhas vão direto pras caixas de transporte. As codornas do seu Zé Augusto viajam de caminhão. Umas oito horas de estrada. Apesar da aparência frágil, essas avezinhas são muito resistentes. Num lote de 25 mil aves, apenas 3 ou 4 morrem na viagem.
As codorninhas chegam cansadas, mas bem espertas. Vão logo comer, beber água e correr pela nova casa. O pinteiro é fechado e quente. A temperatura ideal para as recém-nascidas é de 38 graus, mantida com aquecedor a gás. O responsável pela criação é o veterinário e professor da Universidade Federal de Lavras, Benedito Lemos de Oliveira.
“§Depois, gradativamente, nós vamos abrandando a temperatura em torno de 2 a 3 graus por semana. Fazendo isso como? Abrindo as janelas, dando mais ventilação, porque é curioso. Apesar de exigirem alta temperatura, as codornas exigem renovação de ar e também um bom nível de umidade”§, diz o veterinário.
A umidade do ar deve ficar entre 60 e 80 por cento. Agora repare que o chão dos boxes e coberto com cama de palha de arroz moído e forrado com um pano. Por cima dele, se esparrama a ração. “§A codorna é muito ágil, muito dinâmica. Então se não colocarmos a ração em toda a área do pinteiro, ela vai se estressar e acaba bicando a companheira. E é uma causa grande de mortalidade, a bicagem, o canibalismo”§, completa Oliveira.
Uma vez por semana, as codornas são pesadas, até alcançarem o peso ideal para postura, o que leva 42 dias. Esse manejo permite acompanhar o desenvolvimento das aves e avaliar a eficiência das instalações e da alimentação.
Na primeira semana de vida, as codornas recebem junto com a água, probióticos, que são produtos biológicos para aumentar a resistência e que também funcionam como promotores de crescimento. Aos sete e aos 35 dias de idade elas recebem, também na água, vacina contra doença de Newcastle.
“§A mortalidade aceita como normal é em torno de 5% a 6%, e nós já trouxemos esse nível para 2%”§, garante Oliveira. Aos 21 dias, pesando entre 70 e 80 gramas, as codornas são transferidas para a recria. Vão ficar aqui outras 3 semanas até atingirem 120 gramas, quando estão prontas pra começar a botar. Aí, mudam novamente de endereço: vão para os galpões de postura.
Como na criação de galinhas, a codorna também precisa de uma ração especial para cada fase da vida. Aqui se usa ração inicial para os pintinhos, a de crescimento na recria e a específica para postura. E é muito importante também usar água de boa qualidade.
A granja de postura é bem diferente das convencionais. Normalmente, as codornas são criadas em ambiente fechado, escuro. Aqui não. É tudo claro, aberto e bem ventilado. “§A codorna, num ambiente mal ventilado, também fica muito propensa a doenças, principalmente a doenças respiratórias”§, revela Oliveira.
As cortinas, nas laterais, podem ser abertas ou fechadas de acordo com o clima. Tem ainda ventiladores e aspersores ligados nos dias muito quentes. Os galpões novos são ainda mais modernos. Têm pé direito alto, o piso vazado e estão bem acima do solo. Assim, o esterco cai lá embaixo e fica fora do ambiente de criação.
Isso reduz o mau cheiro próprio das fezes da codorna, deixa o ambiente mais agradável para as aves e funcionários e facilita a limpeza das instalações. Para evitar desperdício de ração e de mão-de-obra, tratadores automáticos. Eles distribuem a comida em horários programados nesse painel eletrônico, inclusive de madrugada.
E mais, na volta uma corrente nivela a ração dentro do cocho, fazendo com que cada codorna receba mais ou menos a mesma quantidade de comida. “§É importante que ele exerça um estímulo às codornas, pelo barulho e pela movimentação, que quando ele passa, as codornas vêm todas ao cocho para se alimentar”§, ressalta Oliveira.
O resultado desse manejo tão caprichado, aparece na postura. São 270 mil ovos por dia, coletados mecanicamente. “§Para montar toda a estrutura, investimos entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões. A rentabilidade está em torno de 8% a 10% durante o ano todo, porque há época em que dá lucro e há época em que dá prejuízo. Na média fica entre 8% e 10%. O que a gente ganha mais aqui é por causa do volume, porque mesmo a margem sendo pequenininha, a granja tem um volume maior”§, revela José Augusto de Almeida, agricultor.
A granja vende ovos de codorna para Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Conquistou um mercado garantido. E ainda vai aumentar a produção. Até o final desse ano, deve chegar a 400 mil ovos por dia.
A Milena recebe o diploma de jornalista em junho. A gente deseja boa sorte para ela.